Juan Pantoja
O Poder é efêmero: a ascensão e queda de Júnior Gonçalves
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A exoneração de Júnior Gonçalves do cargo de Secretário-Chefe da Casa Civil do Governo de Rondônia marca o fim de um ciclo de influência política sem precedentes no estado. Júnior não foi apenas um assessor de Marcos Rocha; foi a sua principal ponte com o mundo político. O governador, um militar sem experiência na articulação institucional, contou com a habilidade de Gonçalves para manter relações harmônicas entre os poderes e estruturar sua base de apoio.
Seu papel na reeleição de Rocha em 2022 foi determinante. Ele não apenas articulou a campanha, mas também montou uma nominata forte pelo União Brasil, garantindo a eleição de quatro deputados federais — um feito inédito em Rondônia. Como se não bastasse, conseguiu emplacar seu próprio irmão como vice-governador, consolidando um espaço de poder que parecia inexpugnável.
Porém, o tempo mostrou que nenhuma posição de poder é garantida. O mesmo sistema que elevou Júnior ao topo, ajudando a moldar os rumos do governo, também foi responsável por sua queda. Seu afastamento evidencia como a dinâmica política pode ser implacável, e como alianças e influências podem se dissipar rapidamente.
A ascensão meteórica e a subsequente queda de Júnior Gonçalves ilustram a efemeridade do poder. O que hoje parece sólido e incontestável pode, em questão de dias ou meses, tornar-se apenas parte da história política do estado. Fica o exemplo para aqueles que ocupam altos postos: a permanência no poder é ilusória, e a política é, acima de tudo, um jogo de tempo e circunstâncias.
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