CLÁUDIO LOPES NEGREIROS
Será de ré que caminharemos por aqui?

Interessante observar o dinamismo social, né? Há pessoas, lugares e coisas que evoluem em todos os aspectos, no entanto haverá sempre, pessoas, lugares e coisas, que persistem em patinar e derrapar sem permitirem-se ir adiante, pior que isso é quando se constata o processo de involução.
Vamos divagar juntos por um instante aqui. Pensemos na luta feminina por emancipação, houve um tempo em que às mulheres eram negados direitos, por mais absurdo que possa parecer ao leitor da geração Z, mas já houve um tempo em que mulheres eram proibidas de estudar, trabalhar, votar, ocupar cargos de tomada de decisão e outras tantas aberrações sociais com as quais se pudesse inferiorizar a mulher. Isso sem falar nos mais diversos tipo de agressões e violência de todo tipo execrável que se possa imaginar. Graças a luta de milhares de mulheres que se sacrificaram ao longo da história, hoje as mulheres têm alcançado seu lugar, espaço e voz.
Observemos também a pauta educacional de forma macro, houve tempo em escola era só cadeiras, quadro negro e giz – juro que até aqui não há ironia minha. Hoje se discute o emprego de tecnologia no cotidiano educacional, inteligência artificial como ferramenta corriqueira para professores e estudantes e até as metodologias têm, em certa medida, se distanciado da tríade cadeira, quadro giz.
Mas lembra que iniciei o texto falando em “pessoas, lugares e coisas”? Então, enquanto mencionei acima, avanços e conquistas que diferenciam o passado sombrio do presente almejado, haverá criaturas de certos cantos do mundo que ignoram os avanços, mudanças e melhorias produto de muita luta e trabalho ao longo da evolução social e insistem em derrapar no vexame, vamos analisar as situações que trago aqui.
Na semana em que escrevo estas más traçadas linhas, o mundo se manifesta abismado com a proposta do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre acabar com o Departamento de Educação daquele país, alegando o fim de uma guerra cultural que o Departamento fomentaria por lá. É óbvio que toda proposta com essa retórica deva ser rechaçado pelo mundo, inclusive a Fundação Getúlio Vargas associada a Education Above All, produzem um estudo sobre impactos na América Latina dessa discussão norte-americana. Olha aí a aplicação da máxima, “certas coisas, certas pessoas”.
Perceba o caro leitor a materialização do antagonismo que sugiro lá no início, há quem evolua e quem se desmanche em diarreia neural. Tem gente muito sabida, achando pouco tudo aquilo que a humanidade produziu em matéria de conhecimento e procurando criar ainda mais, por outro lado haverá uns peste que, como dizia a banda Raimundos, querem “ver o oco”.
E as violências sofridas pelas mulheres? O Brasil tem lei específica que pune rigorosamente quaisquer tipos de almas sebosas que praticam violência contra mulher, inclusive, houve recentemente alteração no Código Penal pátrio, criando tipo criminal próprio para o feminicídio, aplicando cana sem dó – mas ainda pouca a meu julgar – nos lombos assassinos covardes. Mas me acredite o amigo leitor, que há ainda violência simbólica praticada contra mulheres, e pasmem, contra mulheres educadoras com elevada expressão social. Permita-me correlacionar dois fatos concretos, se me refiro à bestialidade de Trump na perspectiva educacional, agora me refiro à pratica de violência simbólica sofrida por ex-secretária de educação municipal, que se valendo dos institutos formais do estado democrático de direito, denuncia violência praticada contra si. Até aí normal, uma mulher ofende outra e a ofendida exige reparação pelas vias legais. O desdobrar da situação testifica a prática do macho aloprado, contra quem – ele de forma machista - vê como alguém menor, frágil e inferior , só porque é mulher. Tá curioso né, caro leito? Deixa eu te contar uma coisa – já dei a dica – soube-se que macho do auto escalão da educação municipal, tomando partido na situação descrita mais acima, fez ligação telefônica pra ofendida, impondo-se em sua condição de masculino, para intimidar a ofendida a não dar prosseguimento no processo de reparação de danos.
Não é papel da coluna atuar como denunciante, ou menos ainda, manifestar-se sobre assuntos policialescos, motivo pelo qual não se apresenta nomes – a não ser o do Trump - mas você consegue visualizar o entrelace de coisas, lugares e pessoas que não evoluem independentemente das dinâmicas sociais?
Ora, ora, ora leitor amigo, se há pessoas que não evoluíram, à frente da Educação, como será que ela própria evoluirá a frente de seu tempo?
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