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Porto Velho,28/11/2024

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Empresária presa por esquema de trabalho infantil usava nome falso e foi candidata a vereadora em Guajará-Mirim; teve 84 votos

EUIDEAL
Empresária presa por esquema de trabalho infantil usava nome falso e foi candidata a vereadora em Guajará-Mirim; teve 84 votos Foto: Divulgação
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EUIDEAL - A empresária presa nesta quarta-feira (27) em Porto Velho por explorar trabalho infantil, usando crianças para vender bolos de pote nas ruas, tem um passado ainda mais polêmico. Identificada como Eula Paula Martins, a mulher usava o nome falso Lohanna Gutiergue em suas atividades comerciais e redes sociais. Em 2020, ela concorreu ao cargo de vereadora em Guajará-Mirim sob o nome de Lohanna Kawazaki, obtendo apenas 84 votos.

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Esquema de trabalho infantil

A prisão de Eula Paula foi resultado de uma operação conjunta do Ministério Público de Rondônia (MPRO), Polícia Militar e Conselho Tutelar. Ela é acusada de criar um esquema de exploração infantil, recrutando crianças pelas redes sociais com promessas de ganhos financeiros, mas impondo condições de trabalho abusivas.

As crianças, com idades entre 9 e 12 anos, eram ensinadas a abordar pessoas nas ruas de maneira insistente, muitas vezes coagindo os pedestres a comprar os doces. Além disso, elas tinham que cumprir metas rigorosas de vendas, registradas em um caderno apreendido pelas autoridades.

Identidade falsa e candidatura

Sob o nome falso Lohanna Gutiergue, Eula Paula se apresentava como empresária e organizadora de eventos em Porto Velho. Mas a descoberta de sua verdadeira identidade revelou que ela havia disputado uma cadeira na Câmara Municipal de Guajará-Mirim em 2020, utilizando o nome político Lohanna Kawazaki, pelo partido PSB. Na ocasião, teve uma votação inexpressiva, somando apenas 84 votos.


Condições degradantes

Na residência da acusada, localizada em Porto Velho, as autoridades encontraram crianças vivendo em condições insalubres, dormindo em colchões no chão e usando roupas sujas. Duas das vítimas resgatadas são filhas biológicas da própria empresária. As demais pertencem a famílias em situação de vulnerabilidade social, que também estão sendo investigadas.

“A exploração dessas crianças ultrapassa o limite da crueldade. Além do trabalho forçado, elas estavam expostas a riscos e condições indignas. Esse caso exige uma resposta contundente da Justiça”, afirmou o promotor André Almeida.

Punição e investigação

Eula Paula Martins deve responder pelos crimes de exploração de trabalho infantil, coação e condições degradantes de trabalho, entre outros. Ela também poderá ser investigada por falsidade ideológica, devido ao uso de nomes falsos em suas atividades.

As crianças resgatadas foram encaminhadas para acompanhamento psicológico e social, sob a responsabilidade do Conselho Tutelar.

Impacto social

O caso gerou indignação em Rondônia, expondo a necessidade de maior vigilância sobre práticas abusivas envolvendo crianças e adolescentes. “Esse tipo de exploração não pode ser tolerado. É fundamental que a sociedade denuncie casos similares e que as autoridades atuem com rigor”, declarou a delegada Cheila Mara Bertoglio.

Enquanto o caso avança na Justiça, a prisão de Eula Paula Martins reforça a importância de medidas que protejam os direitos das crianças e coíbam práticas de exploração no estado.




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