Hospital João Paulo II, em Porto Velho. Foto Divulgação
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O Governo de Rondônia deu um passo importante rumo à reestruturação da rede pública de saúde ao publicar edital para contratação emergencial de uma empresa especializada na gestão de serviços médico-hospitalares. O processo foi anunciado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e envolve o Hospital João Paulo II, a Unidade de Assistência Médica Intensiva (AMI) e o Hospital de Retaguarda de Rondônia (HRRO). Eis a íntegra do edital.
De acordo com o edital, a empresa vencedora será responsável pelo gerenciamento da estrutura física e de pessoal, além da execução dos serviços profissionais em saúde, fornecimento de insumos e plena operacionalização dos hospitais.
"Este é um passo importante para o fortalecimento da rede pública de saúde, com ampliação do atendimento e valorização dos usuários do SUS", destacou o governador Marcos Rocha. A abertura das propostas está prevista para o próximo dia 22 de abril.
A decisão do governo estadual visa garantir um atendimento mais eficiente, especialmente diante do colapso enfrentado pelo João Paulo II, cuja estrutura tem sido alvo de críticas e denúncias nas redes sociais. O hospital, com mais de 35 anos de funcionamento, não comporta mais a crescente demanda de pacientes, em especial da capital Porto Velho.
Modelo já testado em outros estados
O modelo de gestão terceirizada já é realidade em outras partes do país, como em São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso. Nesses estados, a gestão hospitalar por meio de Organizações Sociais (OSs) tem se mostrado eficaz na ampliação de leitos, redução de filas e melhoria no atendimento aos usuários do SUS.
Em São Paulo, por exemplo, grandes hospitais como o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) e o Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini são geridos por OSs com resultados amplamente reconhecidos. Em Minas, a Fundação Hospitalar do Estado (FHEMIG) também tem recorrido à terceirização de serviços para agilizar a entrega de resultados. Já no Mato Grosso, a experiência com a gestão compartilhada possibilitou a reativação de unidades de saúde e contratação mais ágil de profissionais.
Vídeos e fotos se espalharam nas redes sociais e relatam caos no Hospital João Paulo IICompra de novo hospital
O edital surge após o fracasso na execução da obra do novo Hospital de Urgência e Emergência (Heuro), cuja construção está paralisada. Diante disso, o governo optou por buscar uma solução mais imediata com a aquisição ou adaptação de hospitais privados já existentes, como o Hospital 9 de Julho, Hospital das Clínicas e o Prontocords, todos com estrutura compatível para substituir o João Paulo II.
Durante audiência na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, o secretário Jefferson Ribeiro detalhou os estudos em andamento e reafirmou a transparência do processo, que conta com o acompanhamento do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado.
Marcos Rocha, por sua vez, voltou a criticar as pressões de “terceiros” por trás de propostas superfaturadas. “Prefiro perder a eleição do que permitir que gente desonesta ganhe dinheiro da população que só quer um hospital digno”, disse o governador.
A iniciativa representa uma tentativa de modernizar e salvar o sistema público de saúde rondoniense, que há anos sofre com a precariedade de estrutura e escassez de profissionais.
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